Carmageddon: onde a violência pode ser relaxante


Games e violência em algumas vezes sempre estiveram de mãos dadas.

Seja arrancando a cabeça de alguém com a coluna vertebral ou atropelando uma prostituta com um jipe, games servem como uma forma de escapismo do estresse que assola o nosso cotidiano ou dos problemas do mundo (que são muitos).

E dentre muitos títulos violentos, um deles se destacou por ir além do limite permitido.

Juro que esse trocadilho não foi intencional.

Estou falando de Carmageddon, um jogo de corrida tão violento que faria você cagar sangue assim que visse.


OK, aqui eu explicaria a história do jogo, mas eu sinceramente não sei se ele realmente tem uma.

Basicamente você está numa época em que matar pessoas dirigindo rende pontos, além do respeito de quem está assistindo de camarote você trucidar qualquer um que estiver no seu caminho, além de destruir seus oponentes com uma porrada só.

Tipo o Death Race 2000, mas executado (hehehe executado) clandestinamente.

Você pode optar em controlar Max Damage (que é a cara do Johnny Knoxville) ou Die Anna, uma garota bem simpática mas que grita de vez em quando.

E eu sei que você escolhia a Die Anna só porque a atriz que a interpretava era bonita. Tá, eu também escolhia por causa disso, satisfeitos?

Bom, não importa quem escolha, apenas estraçalhe quem estiver pela frente com seu possante e seja feliz.

E sinceramente, as caras que os atores fazem durante uma porrada ou pra qualquer coisa que aconteça na tela são muito engraçadas.


A jogabilidade do game é bem simples. Tanto que colocaram três modos diferentes pro jogador escolher de que jeito quer jogar o game até o final.

O primeiro modo é onde você destrói todos os carros tal qual um Destruction Derby. O objetivo desse é dar quantas porradas forem necessárias até seu oponente virar uma sucata chamuscada. E não precisa se preocupar se seu carro estiver mais estragado que a Bruxa do 71, você pode usar seus pontos pra reparar os danos.

O segundo modo é o mais preferido pelo pessoal, que é esmigalhar todas as pessoas (e vacas) que estão espalhadas pelas fases. Seja numa estrada com neve, uma fábrica ou uma cidade grande com um estádio de futebol americano, piedade não é permitida aqui pois você até tem que reduzir velhinhas a polpa de tomate em plena rodovia. E isso dava mais pontos do que destruir os adversários, o que explica por que todo mundo jogava mais esse modo.

Claro que isso atiçou os engravatados e fez com que o game fosse proibido em diversos lugares, inclusive aqui no Brasil, pois um jogo onde você faz patê de pessoas com seu carro aparentemente é mais perigoso que um criminoso ou um traficante.

O terceiro modo? Bom, lá você simplesmente pega todos os checkpoints e cruza a linha de chegada como numa corrida normal, mas que graça isso teria né?

Claro que o jogo também tem seus defeitos. Às vezes você pode estar mirando num adversário ou num transeunte inocente e seu carro fica duro de controlar na maior parte e quando menos espera acaba deslizando na pista como um patinador no gelo durante uma apresentação.

A inteligência artificial dos outros corredores não é precisa também. Às vezes te dão brecha pra você bater, nas outras eles vem em sua direção a um milhão por hora e te acertam em cheio enquanto você está prestes a matar alguém, reduzindo um pouco as suas chances de farmar pontos.

Outra coisa também que pode incomodar é as pessoas espalhadas aleatoriamente nas fases. Vez ou outra você pode estar andando à toa e quando percebe a tal pessoa está lá no raio que o parta, o que te obriga a ir até lá antes do tempo acabar (sim, as fases tem tempo, que aumenta dependendo de quantas pessoas matar ou quantos oponentes destruiu) ou também você precisa planejar uma maneira estratégica de acertar alguém que está num lugar muito difícil de acessar.

Tais problemas não chegam a prejudicar totalmente o jogo, mas podem tirar facilmente a paciência de quem só quer relaxar depois de um dia puxado no trabalho.


Carmageddon veio e cimentou seu legado. Teve 3 continuações (a última foi uma atualização do terceiro e saiu pra Xbox One e PS4), ports pra iOS, Android e duas versões pra PlayStation e Nintendo 64 (onde foi censurado - claro), ou seja, vai ter muito gás ainda pra viver por mais uns anos.

Até por que, me diz que outro game te permite esmigalhar uma vaca no meio da rua ao som de Fear Factory?

Não, sério, a trilha sonora é excelente. De fato, uma das músicas está também no filme do Mortal Kombat, na melódica luta entre Johnny Cage e Scorpion. Ouça-a aqui.

Gostou, né? Eu sabia.

Enfim, escolha sua versão favorita e jogue. Garanto que sua vida mudará depois de acabar com o Super Bowl enquanto dirige um carro desgovernado.

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NO GAME, que fique claro. No game. E que não passe disso.

Até a próxima, minha gente!

Carmageddon (1997)
Desenvolvedora: Stainless Games
Distribuidora(s): Sales Curve Interactive, Interplay Productions, HandyGames
Plataformas: DOS, Windows, iOS, Mac OS, Android
Ponto forte: violência, gráficos bons (pros padrões da época) e humor ácido
Ponto fraco: inteligência artificial confusa, controles duros às vezes e física derrapante
Nota:7.9/10

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