Quatro continuações desnecessárias


Todo mundo conhece a história: um filme é produzido e as chances de ser um sucesso ou uma tranqueira são grandes.

Mas quando faz sucesso, os executivos ambiciosos já pedem por uma sequência na esperança de que o raio caia duas vezes no mesmo lugar. Entretanto grande parte dessas sequências são horríveis, mas por algum motivo ainda dá dinheiro pros engravatados.

Assim sendo, falarei aqui das continuações caça-níqueis que só servem pra dar mais grana no rabo gordo dos executivos dos estúdios.

Adelante!


Era uma vez um Deadpool (2018)
Dir.: David Leitch

Hey crianças, vocês gostaram de Deadpool 2? Querem ver tudo que vocês amam parar na sala de edição em prol de um lucrinho fácil?

Se a resposta é não... azar o de vocês, pois receberão do mesmo jeito.

Era uma vez um Deadpool é basicamente a "versão feita pra TV" que por algum motivo alguém achou que o público queria. Olha, eu dificilmente acho que alguém iria querer uma versão "censura livre" do Mercenário Tagarela.

X-Men Origens: Wolverine foi uma merda por causa disso.

Bom, este filme é basicamente tudo de errado na indústria: além da presença do Fred Savage (que não serve pra nada além da nostalgia), o filme não tem nada de novo além da eliminação da violência e dos palavrões do segundo filme, elementos que fazem o filme ser interessante.

É quase como se a Globo tivesse encomendado um corte novo do filme só pra exibirem na Sessão da Tarde daqui a alguns anos. Bom, eu não duvido que teve o dedo da emissora na edição, mesmo porque retalharam todo o primeiro Deadpool pra exibir na Tela Quente.

Resumo: não percam tempo. É só o mesmo filme, mas editado pra "família tradicional brasileira".

Triste ver que o Ryan Reynolds lutou tanto pelo personagem ter um filme decente e depois se render a isso.


Mortal Kombat: A Aniquilação (1997)
Dir.: John R. Leonetti

Bom, o primeiro Mortal Kombat foi um sucesso nos cinemas e sabe o que isso quer dizer em Hollywood né?

Sim, uma continuação chinfrim, feita nas coxas que seria melhor se fosse lançado direto pra vídeo.

Aliás, esse não merecia ser lançado nunca.

"O que esse filme tem de tão errado?", você pergunta. Eu digo o seguinte: elenco todo mudado (com exceção do Liu Kang e da Kitana, todos os atores anteriores pularam fora), edição mal feita, efeitos especiais ainda piores (e o que faz o filme envelhecer muito mal)... enfim, a lista é infinita e eu ficaria um bom tempo aqui enumerando cada um.

O filme também tem o dom incomensurável de enfiar mil e um personagens na tela só pra serem ridicularizados e não criar uma única cena memorável (na verdade o fato do filme ser uma vergonha alheia de quase duas horas é o que torna essa tranqueira memorável)

Em suma, este é um filme que eu recomendo vocês verem pra acreditar como alguém consegue destruir uma franquia inteira em fração de segundos.


A Bruxa de Blair 2: O Livro das Sombras (2000)
Dir.: Joe Berlinger

A Bruxa de Blair é um pseudo-documentário que fala de estudantes de cinema que se enfiam no meio do mato pra gravar um filme sobre a lenda de uma bruxa misteriosa e então coisas estranhas acontecem e você não entende mais nada exceto te fazer querer pendurar espantalhos em casa.

E então todo esse conceito foi pro lixo, pois este filme em nada lembra o primeiro. A impressão que fica é que colocaram "Blair Witch" em algum terror genérico do Cinemax pra forçar qualquer conexão, o que falhou miseravelmente.

O filme todo tem a edição tão zoada quanto a do Mortal Kombat Aniquilação, mas pelo menos lá dava pra entender o que se passava. Não é o que acontece aqui: aqui tudo se resume a sustinhos baratos e "visões" confusas.

É o equivalente de um YouTube Poop, só que com uma sensação de desgosto.


Os Irmãos Cara de Pau 2000 (1998)
Dir.: John Landis

Pois é, Irmãos Cara de Pau teve uma continuação.

E esta aqui também é desnecessária.

Primeiramente porque não tem o John Belushi. Só a ausência dele já torna tudo tão vazio. De fato, é nítido que Dan Aykroyd se sente incompleto sem seu parceiro de cena, então teve que tentar substituí-lo por outros personagens, mas não tem a mesma paixão do original.

Cada segundo do filme é a impressão de que é maçante, um repeteco sem graça do original e números musicais tão interessantes quanto um vídeo do Felipe Neto.

E quando você termina de ver, a pergunta "por que diabos isso existe" é ainda mais abrangente. Aliás, por que vocês vão ver essa droga? Vocês gostam de se torturar?

... na verdade eu também porque eu assisto Calígula sem o menor pudor, mas isso não vem ao caso.

O caso é que o filme mostrou ser uma verdadeira droga e que continuações nem sempre funcionam, ainda mais quando faltam integrantes do filme anterior.

Mas Hollywood não liga pra isso, então... é.

Então, isso é tudo que eu tinha pra falar hoje. Até a próxima!

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