Dossiê Mundo Proibido - Filmes de games (Parte 1)


Olá, consagrados! Estão vivos ainda? 
Pois eu estou.

Então, recentemente saíram as notícias de Detetive Pikachu, Sonic the Hedgehog e Monster Hunter, filmes esses que são baseados em vídeo games muito conhecidos.

Exceto Monster Hunter, que eu nunca ouvi falar até sair a notícia de que viria um filme.

Então, pra aproveitar esse gancho, resolvi fazer uma "retrospectiva" de alguns filmes antigos baseados em jogos e, olha... a maioria é de chorar.

Adelante então, vamos em frente!

Super Mario Bros. (1993)
Dir.: Rocky Morton & Annabel Jankel

Vou começar dizendo que eu não acho esse filme tão ruim hoje em dia.

Antes que me joguem pedras, permitam que eu me explique. Com o tempo a percepção de algumas coisas muda.

Bom, sobre o que é o filme? Um meteoro caiu na Terra e meio que sub-evoluiu os dinossauros pra seres humanos, criando uma dimensão paralela. Aí a Princesa Peach... opa, digo Daisy, tem como amuleto um pedaço restante de meteorito, o que motiva ao Bowser... digo Koopa, a sequestrá-la pois ele possui planos pra fundir as duas dimensões e formar uma só. Aí o capacho cai nas mãos de Mario e Luigi, dois encanadores que viajam rumo à tal dimensão paralela pra impedir que isso aconteça e salvar a pátria.

É, se você não entendeu nada, fique tranquilo pois a história é "exatamente" assim.

O filme em si não tem NADA a ver com os games (a não ser que vocês considerem adaptação só colocar os nomes dos personagens em qualquer tonto com uma roupa exótica), mas se ignorar isso é uma aventura bem bobinha mas passável. Contudo, o filme foi lançado no mesmo ano que um tal de Jurassic Park (só que alguns dias depois!!!!), o que motivou mais ainda o público a desistir de pagar o ingresso pra ver um filme DO MARIO sem qualquer elemento que se mostrasse fidedigno aos games.

Outro problema que talvez só eu vejo é que o filme foi lançado na hora errada. Pensem bem, com base nessas aventuras épicas que temos hoje em dia como Senhor dos Anéis e Harry Potter, talvez o filme se sairia melhor se fosse lançado atualmente.

Ou talvez só ficasse pior.

Mas nada ficaria tão pior do que... 


Double Dragon (1994)
Dir.: James Yukich/James Nickson

Você conhece esse filme. Passava direto na Sessão da Tarde... umas duas vezes só, depois sumiu do mapa até ressurgir nesses sites de compartilhamento de arquivos.

Aposto que não sabia que era baseado naquele beat'em up que você jogava no NES/PolyStation/Dynavision/Phantom System, né?

Pois então, ele é.

Aqui vemos a história de dois irmãos, Billy e Jimmy, que vivem com uma moça que é guardiã deles e ajuda a proteger um medalhão que os dois carregam. Contudo, a outra metade está com Koga Shuko (interpretado pelo T-1000!!!!), que planeja roubar o medalhão dos irmãos Lee para unir as metades e alcançar o poder da invencibilidade.

Ou seja, nada de resgatar a Marion de brutamontes que a sequestraram enquanto ela estava fazendo programa pensando na vida no meio da rua.

Bom, eu não sei se essa era a história original que o Neal Shusterman e o Paul Dini (sim, o mesmo Paul Dini que foi responsável pelo nascimento das animações da DC) criaram, pois dá pra ver que tem muita coisa vinda de fontes diferentes já que nada se encaixa. E um roteiro com QUATRO PESSOAS encarregadas levanta essa hipótese.

Paul Dini no ano passado postou no Twitter que iria responder algumas perguntas de seguidores sobre qualquer coisa. Como percebi que NINGUÉM perguntou sobre Double Dragon, resolvi ter esse privilégio. Alguns segundos depois ele veio com a resposta: "muitas histórias são reescritas por pessoas e jeitos diferentes. Double Dragon foi uma delas." Ou seja, a interferência de outras pessoas é perceptível.

Mas... se o filme é uma desgraça, pelo menos ainda tem a Marion, que aqui é interpretada pela Alyssa Milano, que apesar do penteado tosco, pelo menos ainda serve como colírio para os olhos, ainda mais nessa cena em particular.

Agora entendi por que esse filme tem tantos admiradores. Mas isso não pode ser dito também do...


Street Fighter: A Batalha Final/Street Fighter: A Última Batalha (1994)
Dir.: Steven E. De Souza

Ou como um amigo meu gosta de chamar: "Filme genérico do Van Damme com uma pitada de James Bond", o que não está totalmente errado.

Aqui, Bison ("interpretado" pelo Raul Julia) sequestra um amigo do Guile (que é o protagonista) pra criar super-soldados para um novo império, o que o motiva a salvar o rapaz de tudo quanto é jeito, nem que seja conhecendo algumas das figuras exóticas no caminho: uma repórter que tem como parceiros um cameraman gigante e um havaiano gordo, dois trambiqueiros que traficam armas pra um criminoso, assim como os próprios parceiros.

Aliás: Blanka, Chun-Li, Balrog, E. Honda, Ryu, Ken, Sagat, Cammy, T. Hawk... sim, esse sofre do mesmo mal do Super Mario Bros. e Double Dragon, onde eles colocam o nome em qualquer um e pronto. Eu realmente não sei por que não quiseram seguir fielmente a "história" do game, mas considerando que a Capcom financiou a produção filme...

Mas uma outra coisa marcante, além da ruindade da coisa e da trágica morte do Raul Julia (que estava visivelmente com vontade de cair duro), foi alguns momentos bestas e a dublagem clássica da Megassom que proporcionou algumas pérolas nos diálogos.

Por exemplo: na cena final, onde todos os personagens estão lutando entre si, Dee Jay (sim, ele está aqui também) está desesperado pra fugir, e enquanto arruma suas coisas dispara: "Eu devia ter ficado na Microsoft!"

Também há a clássica cena onde Sagat recebe uma proposta de Bison e quando vê que vai ser pago somente por "Bison Dollars", ele joga o maço num tonel de fogo e berra: "Você é doido de pedra!"

Mas só isso não salva o conjuto.

E pra encerrar a primeira parte, a cereja do bolo.


Mortal Kombat (1995)
Dir.: Paul W.S. Anderson

Se achou que eu ia deixar de fora os guerreiros de Earthrealm, então achou errado.

Mortal Kombat é talvez um dos poucos filmes que se salva, ainda mais depois dos desastres que foram os anteriores. Principalmente porque esse teve envolvimento direto dos criadores Ed Boon e John Tobias para ter certeza de que não teria nada pra macular a imagem do game, assim como aconteceu antes.

E foi uma atitude acertada.

Claro, o filme não tem aquela violência toda, até porque o filme seria classificado pra maiores de 16, mas cumpre o seu papel de mostrar que é inspirado naqueles filmes de ação dos anos 80 que a Globo mostrava até gastar a fita.

Ok, tem alguns momentos pequenos que não dá pra digerir muito bem, mas isso não compromete a experiência.

E é isso. Não tenho muito o que falar sobre o filme, apenas que ele é uma boa aventura e não mancha o legado do jogo. Diferente da continuação... que eu continuarei em breve.

E sim, vou falar de Lara Croft (ela está na capa desse artigo, aliás), mas calma. Tudo em seu devido tempo.

Até a próxima, consagrados!

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