Análise Analítica - As Aventuras de Tiazinha (Parte 1)


(Antes de começar, quero frisar que essa imagem que ilustra o início do artigo é a mais "inofensiva" que encontrei. Não me crucifiquem, afinal ela é o assunto do artigo. E espero que a Suzana Alves não me odeie ou me processe por desenterrar isso. Se ela der risada - isso SE ela ler esse negócio, claro - vai ser melhor ainda)

A década de 90 foi uma época maluca.

Acreditam que fizeram uma linha de bonecos do Supla? Linha essa que só teve 4 bonecos, e dois deles eram aqueles "agarradinhos".

Lembram que bonecos agarradinhos eram uma febre? Eu tinha um do ALF, O ETeimoso e um do Cebolinha. Por algum motivo fizeram dois do "Charada Brasileiro", mas eram mais feios que bater na irmã com um tamanco.

Enfim, o foco não é o Supla... hoje. Este artigo foi feito pra escrever sobre outra pessoa que era febre nos anos 90: Tiazinha.

Vejam bem, crianças, nos anos 90 tinha um programa chamado H e era apresentado pelo Luciano Huck. Dentre muitas atrações que eu não sei quais são (pois eu era muito novo e a Band não pegava em casa), a jovem e linda Suzana Alves estrelava um quadro onde ela depilava ou dava chicotadas em garotos pubescentes que erravam as respostas das perguntas que o Huck fazia. E depois tinha um onde ficavam na cama com ela e a cada resposta errada teria que tirar uma peça de roupa que estava vestindo (claro, com o indivíduo ficando de cuecas, caso contrário a audiência do programa caía na hora)

Sem dúvidas um ótimo entretenimento pra se ver com a família toda na sala.

De qualquer forma, Tiazinha então se tornou um sucesso astronômico e gerou uma onda de tralhas, desde calçados, dois álbuns de figurinhas, fantasias, um CD de músicas bem peculiares (esse ironicamente era o melhor produto com o nome da personagem, mesmo sendo um fracasso nas vendas), uma edição da Playboy (e uma HQ muito boa também da Playboy) e até action figures da Gulliver que são disputadas a socos, hadoukens e voadoras pelos colecionadores pervertidos.


Bom, vendo pela imagem, não dá pra não ver por que disputam.

E não é só isso, ela também ganhou uma série de TV. Na verdade a segunda. Calma, eu explico...

A primeira tentativa era uma coisa confusa. Suzana Alves interpretaria Ditiara, uma fotógrafa de descendência indígena com dupla personalidade (hmmm já vi isso antes...), que seria Tiá, uma heroína overpower. Seus parceiros seriam um labrador e um ex-integrante da Chiquititas e dentre seus adversários estaria um gênio da informática (mas é claro).

Óbvio que essa ideia não deu certo e sequer foi exibida, então Del Rangel, junto com a Fábrica de Quadrinhos, chegou e idealizou algo diferente: uma série futurista, com Tiazinha enfrentando facções criminosas à la Batman ou o Justiceiro, mas que acabou virando uma aventura tão barata quanto Os Jovens Guerreiros Tatuados de Beverly Hills.

Se você entendeu essa piada, parabéns, você é um idoso (ou uma idosa) com uma boa memória.

Como se não bastasse, mesmo depois da audiência estar despencando incontrolavelmente, tentaram melhorar uma última vez, mas desta vez chutaram o pau da barraca e apelaram direto pra sacanagem softcore e pra comicidade exagerada. A trama agora era que Suzana Alves agora era ela mesma e nas horas vagas vestia a sua inseparável lingerie preta, chicote e máscara pra lutar contra o crime.

Preciso dizer se isso deu certo ou não?

Pois bem, neste artigo farei uma resenha bem condensada somente dos três primeiros episódios da série, pois achar a série completa - e com os episódios na íntegra e numa qualidade assistível - é um trabalho digno de um Indiana Jones mais profissional que eu. E só tem 10-11 minutos, então a gente só ganha aqui.

Dito isso, podemos começar? Então vamos começar.

(este artigo foi levemente influenciado por este artigo do blog Marionete Cósmica, antes que alguém vá me acusar de cópia - eu pelo menos credito o original 😉)


Nossa aventura começa com um prólogo narrado por... alguém... que diz algo sobre que teve uma guerra contra Plutão e que depois teve um armistício (seja lá o que for isso), um tratado de Neo-Equador sendo assinado que uniu São Paulo e Rio de Janeiro e blá blá blá...

Fiquem tranquilos, a história não é lá tão interessante e não vai fazer diferença nenhuma se esquecerem disso.

E enquanto rola a narração, uma nave feita com a computação gráfica mais precária da época sobrevoa sobre a cidade de São Paulo de Janeiro (perdão, Tronix) e quase comete barbeiragens como bater em prédios em CGI mal renderizados.

Mas quem estaria pilotando esse trem desgovernado?


Oras, Tiazinha, é claro!

(seria isso uma referência ao fato que o programa seria um trem desgovernado? Nós nunca saberemos...)

Tiazi... peraí. Acabei de ver aqui o nome dela na série é SU-013 (é, esse registro Stormtrooper mesmo). Bom, enfim, SU-013 está indo direto até uma usina de força, pois recebeu um chamado de lá que algo estava rolando.

Ela também diz um monólogo sobre Tronix e mutantes, mas eu não tava prestando atenção pois eu estava ocupado comendo Cheetos de queijo suíço enquanto assistia os episódios, então me desculpem por não poder transcrever exatamente o que ela disse.


Enquanto isso, na usina, um funcionário com uma pintura na cara (sei lá por que, deve ser um estilo futurista) é nocauteado por dois ninjas do Clã do Pé.

Aliás, ele é o único funcionário que aparece trabalhando no lugar, o que talvez indique que ou ele está fazendo hora extra ou sacanearam legal ele e foi todo mundo embora mais cedo, deixando todo o trabalho sujo pra ele fazer.


Um dos ninjas então aproveita pra armar uma bomba no local e depois dar uma mijada no canto da parede pra demarcar seu território.

Tá, eu inventei essa última parte.


Eis que Tiazinha adentra no local pra botar ordem na casa e já subjuga os dois ninjas - claro.

A vida não é fácil quando se deixa de trabalhar pro Destruidor, né?


Tiazinha então decide checar a pulsação sanguínea do funcionário desfalecido pra ver se ainda há alguma chance dele ainda estar vivo.

Claro que ele pode estar só desacordado, mas não vamos estragar o momento e fingir que as atuações são convincentes.

Contudo, porém, todavia, Tiazinha esqueceu de uma coisa...


KA-BOOM!

Sim, a bomba explodiu a usina com ela e o funcionário, ainda lá dentro.

Bela maneira de começar uma série, não?


Desacordada com o impacto causado pela explosão (pois é, aqui surpreendentemente ninguém morre), Tiazinha então começa a ter um sonho meio maluco com uma múmia, uma garotinha se agarrando numa porta com grades na janela e uma música sinistra tocando ao fundo.

.

.

Olha, se alguém souber o que o roteirista fumou pra escrever essa cena, me fala pra eu experimentar também.

Tô brincando. Não usem drogas, crianças. Senão vão acabar escrevendo séries como essa ou um blog igual ao meu.

Enfim, com a consciência já recuperada, Tiazinha então vai rumo à sua "Tiazinha-Caverna"...


...onde é muito bem recepcionada pelo cinegrafista mais baixinho do mundo assim que entra no local.

E sim, a roupa dela era coberta. Não me pergunte por que.

Aliás, esse traje lembra muito a usada pela Batgirl em Batman e Robin. Só eu reparei isso? Ok...


E aqui conhecemos Bradbury (ou só Brad mesmo), mentor da Tiazinha (ou SU-013, tanto faz) e cópia cuspida e escarrada do Zordon, mas sem o mesmo carisma.

Brad então começa a bancar o Vovô Simpson e contar as histórias de quando era humano e que comia, dormia, coçava o saco e peidava como um ser humano masculino normal, acreditando que Tiazinha estava interessada.

Mas ela não estava, e pede pra que ele imediatamente ajude-a a descobrir quem eram os facínoras que invadiram a usina.

Ora, esses jovens de hoje que querem tudo na mãozinha...

Aliás, uma coisa que essa série faz muito é explicar as coisas DURANTE a história rolando. E muitas delas não fazem sentido nenhum, como só ela poder ver e ouvir o que ele diz por causa de um microchip que ela possui implantado no cérebro e algumas bobagens científicas.

Brad então tem a ideia de ver a imagem capturada pelas retinas da "heróia" (oi?) para que assim possa identificar os malfeitores e ver se são humanos ou mutantes.

Eu tenho dúvidas sobre como se identifica dois sujeitos mascarados, mas não vou questionar uma cabeça sem corpo.


Pois bem, analisando as cenas anteriores, Brad chega a conclusão de que são humanos como a Tiazinha.

Ele também solta uns termos científicos que fariam qualquer fã de The Big Bang Theory ter orgasmos múltiplos por horas.


Tiazinha então diz que não é fã das peripécias intelectuais de Sheldon Cooper e decide voltar pra usina e procurar por mais pistas.

Ela inclusive faz isso numa pose que faria Bruce Lee sentir desprezo.


De volta à usina, Tiazinha então é facilmente capturada por um dos ninjas do Clã do Pé.

Mas que exemplo de heroína hein?

Será que ela vai conseguir sair dessa? A resposta só na parte 2 do artigo.

Até a próxima, minha gente.

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