Dossiê Mundo Proibido: Os Simpsons e seus jogos ótimos, bons, regulares, maus, péssimos e Quicos


Há quanto tempo que não posto um dossiê aqui, hein?

Enfim, vocês conhecem Os Simpsons, certo?

Vocês lembram que a série era boa, certo?

E vocês lembram que eles tiveram uma porrada de games pra várias plataformas, certo?

Não lembra?

Nada tema, meu caro leitor... se ainda tiver algum... pois eu estarei aqui pra relembrar dos jogos do Simpsons!

...ou pelo menos de alguns, pois não sou tão sádico e quero poupá-los dessa tortura.

Até porque tortura maior foi pra mim, porque tive que jogar esses games pra escrever esse artigo.

Assim sendo, vamos começar antes que os Simpsons façam mais uma temporada ou um especial que vai servir só pra pagar pau pra Disney e Marvel e será só mais uma vitrine constrangedora pra seu serviço de streaming...

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É triste ver como um produto satírico tão inteligente (nas 9 primeiras temporadas, pelo menos) acabou virando tudo aquilo que zoavam no passado, não?


The Simpsons Arcade Game

Enfim, começando com aquele que com certeza vocês conhecem, ou porque jogaram na máquina de fliperama ou quando ele ficou acessível no Xbox Live Arcade.

Lembra dessa época quando o Xbox de vez em quando disponibilizava jogos retrô como esse e Castlevania: Symphony of the Night no Live Arcade?

Bom, pra quem não conhece a história, aqui ela é mais simples do que imagina: Smithers sai de uma joalheria, porém acaba esbarrando nos Simpsons. Até que um dos diamantes (que era do tamanho da cabeça de um recém-nascido) cai na boca de Maggie e o Smithers, que provavelmente estava assaltando a joalheria, decide sequestrar a menina... pois aparentemente só tirar o diamante da boca da menina e se desculpar pelo incidente seria demais. Então você controla um dos membros da família Simpson (ou os quatro, se estivesse online ou no fliperama) e sai metendo porrada em figurantes que se multiplicam até chegar no Sr. Burns e recuperar a pequena infante.

Viu? Simples.

Aqui é um beat 'em up bem básico, pois você só anda e desce o cacete (ou o aspirador de pó, como a Marge fez na imagem acima) pra ganhar pontos e destravar uma habilidade especial que não pulveriza os inimigos da tela, mas causa um estrago tão bom quanto.

Ah, e eles voltam como super-heróis sempre que morrem, o que foi um toque bem legal e engraçadinho.

Aliás, por que o Smithers estava roubando a joalheria se o Sr. Burns era tão rico que poderia comprá-la quando ele quisesse? Taí algo que nunca fez sentido pra mim e com certeza vou morrer com essa dúvida.


Bart vs. the Space Mutants

Oh boy, esse jogo...

Aposto que não tem um jogador no mundo que nunca teve trauma com essa desgraça, principalmente jogando no Nintendinho ou em algum dos seus mil clones.

A história faz menos sentido do que a série continuar no ar até hoje: aqui ETs decidem dominar o mundo - ou apenas Springfield - pintando coisas aleatórias de roxo, então Bart tem que pintar esses objetos de uma outra cor (geralmente vermelho) até os ETs mudarem de estratégia e continuar nesse vaivém até ficarem de saco cheio e desistirem de dominar Springfield.

Quando eu falei que esse jogo é desgraçado, eu não menti. Uma vez que o Nintendinho consistia somente de dois botões de ação, algum programador cuzão (provavelmente o Joselito de Cascatinha) pensou "foda-se, todos os comandos e os especiais vão pros dois botões", pois pra fazer o que você quer é uma sessão de tortura. Por exemplo, pra pintar as coisas não basta só jogar a lata de spray no objeto e pronto. Ora você precisa mexer num hidrante ou cobrir com lençol ou jogar uma bola que vai derrubar uma lata de tinta pra pintar uma lona... E nem vou falar da parte que você tem que desviar dos aliens ou do botão de correr, senão eu fico a noite inteira reclamando só desses dois empecilhos.

Ah, e aqui o Bart morre instantaneamente se uma abelha respira do lado dele. Tipo, ela não para e ferroa. Ela pode passar reto e você vai ouvir "Eat My Shorts" incontáveis vezes até jogar o controle na televisão (ou na irmã caçula).

Teve também mais dois games de plataforma lançados pro NES (The Simpsons vs. The World e Bartman vs. Radiocative Man), mas como ambos também são uma diarreia gigantesca, prefiro não falar deles.

Em vez disso, vou falar de...


Bart's Nightmare

Aqui é onde começou uma nova era de jogos estúpidos e ruins pra família radioativa, e tudo começou com Bart's Nightmare, que nada mais era que um jogo com minigames.

É.

Na história, Bart está fazendo um trabalho escolar até que ele dorme e os papéis voam pela janela, forçando o garoto a andar por uma rua infinita até conseguir pegar os papéis enquanto precisa lidar com saxofones voadores, velhas beijoqueiras, cabeças flutuantes do Jebediah Springfield e a Lisa que te transforma em sapo de vez em quando.

Tá certo que é só um sonho, mas juro que queria saber o que esses programadores fumam na hora de criar esses inimigos.

E os minigames também são de uma dificuldade satânica. Só quem já jogou a fase do Indiana Bart ou do Bartman vai relembrar do estresse que eram esses minigames. (E sim, esse jogo era da época que que o Bart era o foco principal do desenho, já que hoje em dia é mais focado nas macaquices do Homer).

Aliás, esse jogo é tão maldito que um dos programadores (Bill Williams, Deus o tenha) se aposentou da carreira porque a Acclaim ficava dando pitaco no jogo.

Sério.

Mas sabe o que é pior que esse jogo?


The Itchy and Scratchy Game

Sim, fizeram um jogo do Comichão e Coçadinha.

E nem eles escaparam da onda de ruindade que assolava os Simpsons nessa época.

Aqui você controla o Comichão (o rato) e precisa matar o seu rival das mais variadas formas em diferentes cenários. Fim.

Aliás, a versão lançada pro Super Nintendo é bem capada, pois toda a violência que havia nos seus trocentos episódios está ausente aqui. E lembrando que é a mesma Nintendo que esteve do lado dos pais desocupados que acharam que Mortal Kombat era a personificação do Mochila de Criança e só ia lançar o jogo se toda a violência contida nele fosse limada.

E assim como o game da Midway, o game do Comichão e Coçadinha também teve uma versão um pouco mais violenta pro Mega Drive... porém infelizmente nunca foi lançado comercialmente, tendo só seu protótipo disponível (lembrem que é um protótipo pra um console da Sega, então é óbvio que os gráficos e o som vão ser inferiores)

Mas que porra, Sega?


The Simpsons Wrestling

E chegamos na era das paródias, onde cada jogo novo da família iria parodiar um gênero popular de jogo.

Não sei se tinha algum jogo de wrestling ou boxe pra PS1 (pois eu nunca tive um, como vocês já devem saber), mas esse aqui foi o primeiro dessa leva de jogos de paródia.

E... pelo menos tentaram.

Não lembro da história do game, mas lembro que você podia preencher a barra de "taunt", que servia só pra provocar o adversário... e... é basicamente isso.

E também não tinha tantos personagens jogáveis, o que com certeza fez a galera largar esse jogo e jogar Mortal Kombat Trilogy.


The Simpsons Road Rage

Este aqui é mais lembrado pela polêmica em volta dele do que pela gameplay em si, que consistia unicamente de levar os cidadãos de Springfield para os lugares que eles queriam ir, mesmo aqueles que tinham a distância de algumas caminhadas, mesmo tendo que atropelar transeuntes e fazer um caos no trânsito batendo em outros carros.

Parece familiar, não?

Pois é, a Sega logo viu que a EA estava copiando Crazy Taxi na cara dura (e seu sistema patenteado de seta) e meteu um processo de plágio na empresa... ignorando que se tratava de uma paródia, mas do que eu sei, né?

Mas pelo menos se saiu melhor que o próximo que veio depois.


The Simpsons Skateboarding

Esse aqui tentou surfar na onda de Tony Hawk's Pro Skater, mas não entendeu tudo o que a franquia significava.

Gráficos ruins, jogabilidade ruim e o prêmio consiste de 99 dólares!

É sério! Você sofre pra fazer um ollie ou um deslize pra ganhar uma merreca que não serve nem pra comprar uma caixa de tomacco.

Argh, chega, vamos falar de outro que - COM CERTEZA - você lembra...


The Simpsons Hit & Run

Ah, sim... o famoso GTA dos Simpsons. Esse com certeza você jogou no PlayStation 2 ou no Gamecube.

E como no GTA, tanto faz a história, aqui você também faz o que der na telha: quer destruir Springfield com seu carro? Aqui você pode. Quer dar um pontapé no Ned Flanders por ter virado um carola insuportável? Aqui você pode. Quer chutar as crianças e até a própria esposa? Ah, sim... Aqui você pode também.

E, por incrível que pareça, a polícia é competente quando você passa do limite da bagunça, o que comicamente contradiz com o que acontece no desenho.

Aliás, aqui você não rouba os carros, mas pega carona com eles, o que me faz pensar que a família adora fazer os motoristas de refém pra causar o caos.

Não tenho muito mais a dizer, exceto que esse game é perfeito em vários aspectos.


The Simpsons Game

Esse aqui saiu na mesma época que o filme e, francamente, é muito melhor - na MINHA opinião - que o filme.

Aqui o game controla a família Simpson por duplas (como dá pra ver na imagem) e dá pra alternar entre eles pra acessar certos lugares nas fases, enquanto o jogador tenta ao máximo aproveitar a enxurrada de referências a games que tem por aí (não quero dar spoiler, mas em algum lugar desse jogo tem uma referência bem legal a Donkey Kong)

Os únicos defeitos dele é que a câmera costuma te jogar pra uma parede, te transformando em alvo fácil pros inimigos que te enchem de porrada, e na versão de PS2 não tem uma cidade em mundo aberto pra explorar e acessar as missões como na versão do Xbox 360.

Digo, não é como se o PS2 não pudesse aguentar uma Springfield gigante, pois ele funcionava normalmente com os GTAs e outros jogos de mundo aberto.

Bem, se alguém souber o motivo, me contem nos comentários.


The Simpsons Tapped Out

E, pra encerrar, a prova de como o vício é incurável.

Aqui Homer faz bosta - como sempre - e explode a cidade de Springfield, fazendo com que o jogador reconstrua a cidade como bem entender.

O game é um daqueles no estilo "freemium", onde o game é gratuito, porém você tem que pagar com o seu dinheiro suado pra continuar jogando ou pra comprar mais casas ou prédios ou até mesmo dinheiro do jogo.

Gastar dinheiro pra comprar dinheiro... Esse aplicativo só pode ser coisa do Sr. Burns, aquele velho lazarento.

E a prova de que esse jogo é viciante é que os servidores estão no ar até hoje, o que os motiva a ter eventos diários que vão dar ainda mais prédios e personagens pra sua Springfield.

E é viciante também porque ele te obriga a checar o andamento TODO DIA. Mesmo que você faça seus personagens trabalharem por longos períodos, você DEVE pegar seu celular (ou tablet) e verificar como está o andamento da missão, o que o deixa muito cansativo e entediante. Sem falar que alguns eventos exigem que você compre rosquinhas pra desbloquear certos personagens, pois eles vão ajudar mais rapidamente nas missões, e isso indubitavelmente vai te deixar pobre em duas horas.

Só de falar desse game fiquei cansado também.

Bem, e isso é tudo. Sei que teve muito jogo dos Simpsons que deixei de fora (tipo aquele jogo pavoroso do Krusty e o Virtual Bart), mas a bem da verdade é que boa parte desses games eram incrivelmente difíceis, então nunca fui muito longe neles (assim como boa parte de vocês), então tudo o que eu falei aqui é baseado no que eu conheço e experimentei.

Até a próxima, minha gente.

Comentários

  1. Você é primeira pessoa que vejo mencionar que a série prestou até a 9° temporada, geralmente ouço que foi até a 8° ou a 10°.

    Eu só joguei três jogos dessa lista.
    O Bart's Nightmare que desisti nos primeiros 5 minutos.
    O Hit Run que eu gostei bastante e jogava muito no PS2.
    E o The Simpsons Game no 360, que eu achei bem melhor do que eu esperava.

    Gostei do artigo. Muito jogo que não conhecia.

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    1. Bom, eu reassisti a série recentemente e eu vi exatamente o ponto onde decaiu a qualidade, e foi mesmo na nona temporada. É agoniante ver o que eles acabaram se tornando atualmente a partir do ponto que eles começam a ligar o foda-se e tirar sarro deles mesmos e virar aquilo que eles avacalharam no passado: um mero produto corporativo.

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