Uma análise sobre o jogo Bully

Ah, 2021...

Como estão aproveitando o primeiro mês do ano?

Eu vou indo bem, obrigado. Não matei ninguém, só passei mais um ano com a cara enfiada nos vídeo games.

Frase estranha essa, mas tudo bem.

Bom, hoje eu resolvi falar sobre um game que eu adorava quando moleque (e que com certeza sei que muitos de vocês também adoravam) e hoje em dia tive um apreço ainda maior: Bully.

Pra quem frequenta o blog há mais tempo, deve lembrar que falei só o básico do jogo num artigo sobre jogos banidos no Brasil, mas hoje darei uma análise mais profunda sobre esse jogo aqui.

Vamos lá? Então vamos lá. (antes que perguntem, eu joguei a versão Scholarship Edition pra escrever este artigo)

Bom, pra quem esteve numa caverna e só saiu hoje, Bully conta a história de Jimmy Hopkins, jovem problemático que é mandado pra Academia Bullworth enquanto sua mãe (não a sua, a dele) vai em lua de mel num cruzeiro do Roberto Carlos. E chegando na escola, ele logo acaba conhecendo Gary, outro garoto tão insano quanto ele e que tem planos pra dominar a escola, mesmo que pra isso tenha que foder com quem ele conhece.

E isso acaba tendo um grande impacto na vida de Jimmy, pois ao decorrer do jogo ele acaba tendo muitos problemas causados pelo "amigo" sociopata Gary, além de se envolver com todas as turmas da escola, como os Nerds, os Valentões, os Mauricinhos, os Atletas e os Greasers (por que teria uma gangue dos tempos da brilhantina numa escola é algo que me deixa com muitas perguntas), e logo depois com os caipiras de Bullworth.

A história é simples, mas é um grande diferencial comparado com os GTA da Rockstar, pois geralmente eles consistiam em "trombadinha que acaba virando o rei do crime organizado". E sim, esse jogo é da Rockstar, acredite ou não. A empresa conseguiu provar com esse game (e com The Warriors, Max Payne e Red Dead Revolver) que eram capazes de destoar um pouco da mesmice que havia em seus títulos anteriores.

Não que a franquia GTA seja ruim, claro, mas é bom ver que Bully foi um respiro de alívio que a empresa fez questão de dar por fazer algo diferente.

A jogabilidade é bem semelhante com a de GTA: você controla Jimmy em um cenário gigante e pode fazer o que der na telha, tais como: roubar calcinhas, bicicletas, pertences dos armários dos seus colegas, quebrar coisas, aprender golpes novos com o sem-teto no pátio da escola, andar nos brinquedos no parque de diversões, participar de corridas de bicicleta, entregar jornais, cortar grama ou você pode só dar porrada em todo mundo se quiser, até em crianças e mulheres... claro que isso não é passivo de punição e se você for pego pelos monitores ou pela PULIÇA caso apronte demais ou bata em quem não deve, suas armas serão confiscadas e terá que pegar todas nos mesmos lugares, então você pode se esconder nas lixeiras ou nos armários se quiser esperar a poeira baixar.

E por falar em armas aqui tem uma variedade delas: estilingue, bolas de gude, bombinhas, bombas de fedor, pó de mico, ovos podres, armas de garrafa/batatas... tudo bem que nem todas são tão letais quanto uma Uzi em SanAndreas, mas todas elas tem um grande impacto nos seus oponentes mesmo assim. E vamos ser francos, derrubar atletas com uma estilingada nunca perde a graça.

Claro que nem tudo é violência e Jimmy pode também ter interesses românticos na escola. Basta ter uma caixa de bombons ou um buquê de flores na mão e esperar ser convidado para uma xícara de café no dormitório das meninas (ou meninos)

Outra novidade é que na versão Scholarship Edition (que é a que eu tenho aqui) tem 8 missões novas. Sim, OITO (e quatro delas se passam no Natal), além de personagens novos criados exclusivamente pra essa versão, um modo multiplayer - off-line, importante ressaltar - e recompensas. Não sei se faz muita diferença, mas pra quem zerou o jogo no PS2 em um dia deve ter ficado surpreso com essas novidades.

E uma vez que você está numa escola, claro que existem as matérias: Química, Biologia, Inglês, Geografia, Matemática, Música, Artes, Fotografia, Mecânica e Educação Física (quatro dessas matérias são novas na Scholarship Edition, tente adivinhar quais) Cada uma delas tem 5 níveis, então eu sugiro terminar todas as aulas se quiser fazer suas missões e/ou aprontar com calma. Lógico que você pode ser um preguiçoso e matar as aulas, mas eu recomendo não fazer isso.

Essas matérias consistem em minigames bem divertidos, que vão aumentando a dificuldade em cada nível. Exceto o de artes que se torna insuportavelmente difícil desde o primeiro, mas que vale muito a pena pois a recompensa é muito boa (quem jogou sabe do que eu to falando)

Ah sim, também tem um sistema de respeito... que é bem confuso. Após as missões, um determinado grupo que você enfrentou no jogo vai perder o respeito por você e o que você defendeu vai aumentar os pontos de respeito, apesar que isso não faz taaaaaanta diferença pois todo mundo no final das contas vai acabar te respeitando de qualquer maneira, e até pedindo favores.

Uma última coisa que eu quero falar sobre esse game: a trilha sonora é foda. Sério, Shawn Lee fez uma soundtrack tão boa que nem vou falar mais nada a respeito dela. Só deixarei esse link pra vocês a ouvirem.

Viu? Eu disse que era foda.

Bully no final das contas é o melhor título da Rockstar que, pra variar, não escapou das polêmicas.

Jornalistas, pais e educadores ficaram ultrajados em ver um jogo cujo objetivo era incentivar os seus filhos a bater em seus coleguinhas e Jack Thompson (claro) quase conseguiu fazer com que o jogo fosse banido na terra de Joe Biden, algo que felizmente não aconteceu lá mas aconteceu no Brasil.

De qualquer forma, o game deixou sua marca pelo bem ou pelo mal. E pra quem tem um Xbox ou um PS4, o título está disponível numa versão retrocompatível, portanto eu recomendo jogá-lo já. Agora. Neste instante. Sem demora. Imediatamente.

Termino o artigo colocando no final um quadrinho feito pelo Stephen Bliss, o ilustrador da capa que abre o artigo, além de algumas outras ilustrações pra Rockstar. Cliquem na imagem pra ampliar e ler.

Até a próxima, minha gente!

(clique no quadrinho para ampliá-lo)

Ficha técnica

Bully Scholarship Edition (2006/2008/2012/2016)

Desenvolvedora: Rockstar Vancouver, Mad Doc Software

Distribuidora: Rockstar Games

Plataformas: PS2, PS3, PS4, Android, iPhone, Wii, PC, Xbox 360 e Xbox One

Nota: 10/10