Uma análise sobre Batman Begins (o jogo)


Muito bem, o que eu vou falar aqui pode chocar todo mundo (ou não): nunca fui muito fã do Batman do Christopher Nolan.

Eu reconheço que os filmes deram uma lufada de ar fresco no personagem depois da bomba nuclear que foi Batman & Robin, mas parecia que o Nolan estava levando a ideia a sério demais, com todos os diálogos parecendo que saíram de uma peça chinfrim do Shakespeare e aquela voz do Batman que parece que ele passou o dia inteiro gritando e ficou eternamente com as cordas vocais destroçadas.

Mas o que mais me enfurece dessa trilogia é o total desperdício do Espantalho. Porra, um dos vilões mais temidos do Morcegão aqui não passa de um universitário bunda mole que não faz diferença alguma nos filmes se você o eliminar na edição. É humilhante o que fizeram com ele.

Enfim, pouco tempo depois que Batman Begins saiu, um jogo foi lançado pra aproveitar o embalo.

Será que esse jogo se saiu bem ou é outro dos casos de "jogo de filme" ruim?

É o que veremos.


Assim como no filme, aqui nós acompanhamos o Batman dando seus primeiros passos no mundo do vigilantismo, indo do seu treinamento na Liga das Sombras até o momento que vamos até o porto de Gotham City atrás do Falcone.

Não tem muito o que explicar sobre a história do game, já que é um Ctrl+C Ctrl+V da história do filme, fator esse que é reforçado pelas inúmeras cutscenes que são só trechos do filme que pipocam antes e depois das fases, além de que boa parte do elenco reprisa seus respectivos papéis no jogo.

Como não tenho muito o que falar dessa parte, vamos pular direto pra jogabilidade, que é a parte que vocês adoram.


Hoje em dia se você jogar esse game no PS2 ou em algum emulador, você vai se pegar pensando "Nossa, esse game parece muito com Batman Arkham Asylum", o que não é mentira, uma vez que logo depois a franquia Arkham incorporou alguns elementos da gameplay desse jogo.

Por exemplo, aqui o game também conta com um sistema de combos e contra-ataques que, não chegam a ser tão glamurosos como nos jogos da série Arkham, mas também são um pouco irritantes se você não conseguir coordenar direito seus golpes, pois um soco mal dado dá vantagem pros inimigos descerem a porrada em você (bom, pelo menos as lutas são melhor "filmadas" aqui do que em Batman Begins, que parece que foram gravadas por um orangotango com Mal de Parkinson)

Mas tem um jeito de mudar isso, que é aumentando sua reputação. Tá vendo ali na imagem aquela barrinha de reputação? Ela é crucial pra fazer seu progresso no jogo evoluir gradualmente. Pra isso você precisa ter muito preparo e aplicar bem seus combos, não deixar os inimigos encostarem em você e deixá-los cagando nas calças de medo. Não é tão fácil quanto parece, mas a vida do Batman também não é.

Outra coisa que também foi usada nos games da série Arkham é o interrogatório pra conseguir informações. Porém, enquanto lá é automático, aqui você precisa persuadir o inimigo dando alguns socos até darem tudo o que o Batman precisa pra prosseguir.

Ah sim, aqui também tem fases com o Batmóvel (que não são tão novidade assim quando lançou Arkham Knight, pois Batman Returns também teve algumas fases onde você pilotava o veículo), mas diferente de Arkham Knight, não é uma adição desnecessária na gameplay, pois ela é fundamental pro progresso do jogo, além de que não tem perigo de você destruir metade da cidade pois a mecânica dessas fases é idêntica a dos jogos da série Burnout, que é um dos meus jogos favoritos de destruição.

E Burnout é melhor que Twisted Metal.

Lamento, mas a verdade é essa.


Batman Begins não é perfeito. Tem alguns problemas de performance e a resolução dos gráficos é bem abaixo da média, mesmo sendo um jogo de PS2 (digo, o console já demonstrou mais de uma vez que pode renderizar gráficos limpos sem pegar fogo).

Mas é um dos jogos mais influentes do Morcegão, que logo depois inspirou uma série boa de jogos (Arkham).

Só mesmo esse game pra fazer Batman Begins ser tolerável. Mas nem tanto.

Até a próxima, minha gente!

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