Uma análise sobre Grand Theft Auto V
Grand Theft Auto (ou GTA) é uma franquia que divide opiniões.
Ora tem gente que gosta, tem gente que odeia, tem gente que trata como a volta de Jesus Cristo, tem gente que quer que a Rockstar queime até virar cinzas desde o lançamento desastroso dos "remasters" pra nova geração...
O negócio é que a franquia sempre andou na corda bamba do que era aceitável e do que não era.
A franquia começou tímida, com seus títulos no PS1 fazendo sucesso, até que rapidamente catapultaram para o 3D assim que o PlayStation 2 saiu. Desde então, só saiu pedrada, de Vice City a SanAndreas...
...e também tem Chinatown Wars, mas prefiro não falar disso.
Bem, GTA IV saiu e deixou o público dividido. Teve gente que adorou, mas também teve gente que não entendeu por que caralhos a Rockstar decidiu dar uma vibe cinematográfica pra uma franquia onde em um dos jogos você morava na mansão do Tony Montana e saía metendo bala em todo mundo exatamente como rolou no filme.
Então a Rockstar tentou mais uma vez ir pra vibe de antigamente mas também pegar o que deu certo em GTA IV.
Será que conseguiram mesmo?
É o que veremos.
Aliás, antes que me perguntem por que só agora resolvi escrever um artigo sobre GTA V, que é um jogo de 2013... também não sei. Já existem trocentos artigos que destrincharam esse game até não sobrar nada, meu artigo será só mais um entre tantos outros.
Mas vocês me conhecem, então pelo menos vão ter uma opção nova pra ler e ver as MINHAS opiniões.
E não, não tô empolgado pro GTA VI. Depois dos "remasters", não quero mais saber da franquia nunca mais.
A história gira em torno de Michael DeSanta, um aposentado que antes era líder de uma gangue de bandidos (ah vá) que tocavam o puteiro no Leste Europeu. Lá no início do jogo, durante uma perseguição, Michael é "baleado" na frente de seu melhor amigo Trevor (falo mais dele mais pra frente). Porém logo depois de vermos que ele não foi morto, seu caminho se cruza com o de Franklin Clinton, rapaz da Grove Street que quer subir na vida, mas que as más influências só o coloca em mais roubadas. E enquanto surge uma forte amizade de duas gerações diferentes de bandidos, isso acaba atraindo a atenção de Trevor, que mais tarde se junta ao trio enquanto vai atrás de respostas do que aconteceu no passado.
Ok, eu sei que do jeito que eu expliquei pareceu confuso, mas a história se desenvolve melhor na jogatina. É bem louco como a história vai evoluindo a medida que se joga, e os caminhos aleatórios que tomam.
Uma novidade que o difere dos títulos anteriores é aqui você tem o controle de 3 personagens diferentes: Franklin, Trevor e Michael. E cada um tem suas personalidades bem definidas.
Franklin é a mente jovem do trio. Ele é das ruas, mas também quer provar que pode fazer melhor do que simplesmente se meter em confusão e meter bala em qualquer um. Claro que com uma pedra no sapato como o amigo Lamar (que não chega a ser tão irritante quanto o Roman Bellic e suas mil ligações te chamando pra jogar boliche, mas também não é tão memorável quanto o Roman), o caminho pra uma vida melhor vai ficando cada vez mais difícil de ser alcançado.
Michael é o veterano. Aposentado, tem uma vida patética com sua esposa promíscua, a filha vagabunda e o filho gordo cuja higiene é questionável, então ele volta ao mundo do crime pra reviver um pouco da glória do passado, além de ser uma válvula de escape da sua vida miserável.
Já o Trevor... bem, imagine como seria o Michael Keaton se ele tivesse a personalidade do Nicolas Cage depois de cheirar toda a cocaína do planeta.
É, esse é o Trevor. E você pode alternar entre eles, o que causa uma transição em tempo real bem interessante. Por exemplo: se você está jogando com o Franklin e quiser trocar pro Michael, após a transição o personagem estará em um restaurante, dirigindo pela cidade ou fumando um cigarro. Já se for trocar pro Trevor, ele estará arremessando alguém de uma ponte ou acordará em algum ponto montanhoso e usando um vestido florido.
Os gráficos estão muito bem detalhados, considerando que é um game de 2013. Claro que, se estiver jogando numa TV com qualidade Ultra HD 4K explodindo a todo vapor, vai dar pra ver melhor os polígonos, mas se jogar numa TV LCD com qualidade razoável (1080p é o padrão) vai ficar de queixo caído com o tanto de detalhes.
Ah, e felizmente não tem aquele filtro de urina que deixava o GTA IV ainda mais feio do que já era naquela época e dou graças a Deus por isso.
Os efeitos sonoros foram bem colocados, com os sons de tiros ainda mais altos e as explosões mais potentes. Até mesmo o som de uma bicicleta foi bem utilizado aqui.
A seleção de vozes também é boa. Ned Luke dá vida ao Michael, e sua voz o deixa com um ar de pessoa exausta da vida mas que está sempre disposta a mais uma aventura. Shawn Fonteno dá ao Franklin uma aura que nos faz lembrar do Carl Johnson em alguns momentos, enquanto Steven Ogg aparentemente interpretou Nicolas Cage o tempo todo, pois Trevor está sempre energizado e pronto pra explodir algo ou alguém.
A jogabilidade se mantém a mesma de sempre. Uma vez que a franquia sempre se baseou em seus mundos abertos, aqui você pode deitar e rolar e fazer o que der na telha. Quer explodir um posto de gasolina? Vai lá. Quer iniciar uma guerra de gangues? Vai fundo. Quer ir de moto até um ponto alto da montanha e saltar? Vai na fé e seja feliz.
Uma coisa a ser falada é que agora você terá mais coisas pra fazer. Por exemplo, vez ou outra acontecerá algum evento aleatório e você pode optar em ajudar ou ficar na sua e seguir em frente. No caso do Trevor, você pode levar alguém aleatório a seu destino ou levar até a um campo de concentração localizado em algum lugar entre as montanhas. E falando nele, Trevor também tem um trabalho paralelo. Além de participar dos golpes, ele também transporta armas ilegais para clientes variados, seja de avião ou de carro. Eu recomendaria fazer de avião, porque o carrinho meio que se descontrola fácil por qualquer batida e isso só dá mais vantagem pra concorrência roubar sua carga e seu pagamento.
Outra novidade é que agora os golpes podem ser planejados. Você escolhe como quer fazer e com quem quer fazer, mas sempre esteja ciente de que suas escolhas vão fazer muita diferença no jogo, tanto na narrativa quanto no pagamento de todos os envolvidos, então tome cuidado com quem você quer envolver em um golpe importante porque é um saco ter que recomeçar tudo do zero só porque o Zé Graça foi um incompetente na função escolhida.
Também tem várias missões secundárias (aqui chamadas de "Estranhos e Doidos"), que não são exatamente obrigatórias e nem fazem tanta diferença pra história principal, mas se você for um daqueles malucos que adoram fazer 110% de tudo ou só quer ter mais tempo pra curtir o game, então vá na fé.
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Ah sim, também tem aquelas missões onde você compra um negócio e precisa ficar recuperando os ganhos, mas são tão insuportáveis que é melhor nem falar delas.
GTA V não é perfeito. Tem vários defeitos, tanto em narrativa quanto em jogabilidade (a frustração enquanto se dirige nos momentos mais casca grossa infelizmente persiste), mas foi uma lufada de ar fresco do tom realista do game anterior.
Com mais coisas pra fazer (os desenvolvedores gastaram $200 milhões, se não me engano), ainda mais com o modo online durando até hoje - que, inclusive, até virou piada na internet - , jogadores ainda podem se esbaldar na variedade de atividades.
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Ou podem jogar Vice City ou SanAndreas pela milésima vez.
Não julgo, faria a mesma coisa.
Até a próxima, minha gente!
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