Mundo Proibido Entrevista: Fábio Galileu, o Tunico do Ratinho


Olha só quem finalmente criou vergonha na cara e resolveu trazer alguma novidade pro blog!

E cheguei botando o pau na mesa (hehehe), trazendo algo que eu queria fazer há MUITO tempo aqui no Mundo Proibido: entrevistar as pessoas mais fodas do universo.

Então nada melhor pra fazer esse experimento do que chamar um cara que eu sempre admirava desde que eu era moleque: o grandiosíssimo Fábio Galileu, que é o intérprete do Tunico (o primo do Xaropinho, pra quem não conhece), um antigo membro do Programa do Ratinho e também a inspiração principal pro senso de humor besteirol que tenho até hoje.

Mas chega de ficar puxando sardinha e vamos começar logo essa entrevista e ver até onde vai.

MUNDO PROIBIDO: Antes do Tunico surgir na sua vida, o que você fazia?

FÁBIO GALILEU: "Aos 16 anos eu trabalhava no Bradesco, aí eu ouvi um anúncio na rádio pra ser fuzileiro naval. Servi na Marinha por um ano e meio e depois [aos 17 anos] quando saí eu fiz de tudo: já fui segurança e até trabalhei de frentista."

MUNDO: E ganhava bem nesse trabalho?

FÁBIO: "Não, não ganhava. Sempre foi um perrengue pra mim em todos os trabalhos. Acho que só ganhei bem mesmo na marinha, e ganhava quatro salários mínimos, mais ou menos o que eu ganhava como escriturário no Bradesco."

MUNDO: E como você acabou descobrindo que tinha o dom de fazer vozes diferentes, como imitar o Silvio Santos? Porque tem muita gente que imita o Silvio também, mas a sua imitação (na minha opinião) é sensacional.

FÁBIO: "Meu pai faleceu há uns dois anos, e era um cara muito engraçado que entendia tudo de piadas, então acabei meio que virando meu pai. E eu adorava programas de humor, como os do Chico Anysio, e também adorava o Jerry Lewis. E um dia, eu percebi que conseguia imitar e comecei imitando o Gil Gomes. Aí, em 1993 fui pedir uma oportunidade numa rádio e me deram uma semana pra treinar locução. Fiz o treinamento e entrei na rádio. 

Durante essas imitações que eu fazia, no mesmo ano eu conversei com o Chico Anysio e ele me disse o seguinte: "todas essas vozes que você faz as outras pessoas já fazem, então você tem que pegar esse potencial e inventar outra coisa, porque isso que você faz é legal. Mas use em outras coisas" e parei com as imitações. E a única que eu fazia (pra mim mesmo) era o Silvio. 

Inclusive isso me lembrou um dia que eu fui na produção do Ratinho e me disseram pra passar um trote imitando o Silvio Santos, mas recusei no início porque eu senti que o cara iria perceber. Então fui pra uma outra sala e conversei com ele por algum tempo na voz do Silvio. No final, ele desligou e saiu falando que ele tinha falado com o Silvio no telefone, e foi aí que eu percebi que minha imitação era boa."

MUNDO: Você se lembra do primeiro personagem que você criou? Se sim, qual?

FÁBIO: "Meu primeiro personagem foi um boneco chamado Galileu. Em 1997, eu mandei uma fita pro Jô Soares, e daí através de uma carta fui trabalhar no programa dele."

MUNDO: Dentre seus personagens, de qual você sente mais orgulho?

FÁBIO: "Teve uma época que eu me orgulhava mais do Tunico, e também do Silvio... não sei se a palavra certa seria orgulho, mas sim alegria."

MUNDO: Os leitores mais velhos do blog provavelmente vão lembrar que você era - ou ainda é - um grande amigo do Eduardo Mascarenhas (o Xaropinho). Mas como foi que essa amizade surgiu?

FÁBIO: "Bom, o Tunico era primo do Xaropinho, e eu conheci o Eduardo quando ele assistiu uma entrevista minha no Jô, aí a gente fez contato. Nesse mesmo dia da entrevista, o Eduardo já tava tentando alguma coisa na Record, e um dia ele apareceu na plateia do programa do Ratinho com os bonecos, daí ele deu o telefone de contato pro Ratinho."

MUNDO: Em 1998, o Programa do Ratinho tava bombando no SBT, e daí alguns programas depois você estava lá com o Xaropinho. Como você foi parar lá? E como você descreveria seus primeiros dias no programa?

FÁBIO: "Tive uns problemas pessoais em Londrina, lá em 1997, daí eu fui pra São Paulo. E o Eduardo já era o Xaropinho nessa época. Quando o Ratinho saiu da Record pro SBT com a equipe dele, eles tiveram a ideia de fazer um novo Xaropinho, mas o boneco tinha ficado muito diferente. E fizeram um teste com um outro rapaz, mas não gostaram.

Nessa época, o Eduardo tinha uma oficina de bonecos e eu era assistente dele. Um dia fui na casa do Ratinho, e a gente já estava preparando algo pra um show com a turma do Ratinho. Então tive a ideia de pegar o boneco do Tunico (que antes não tinha nome) e fazer a voz do Silvio com ele, com o Eduardo fazendo a voz do Lombardi. O Ratinho viu, fez muitas perguntas e me disse 'a partir de amanhã, você trabalha comigo.' E foi assim que comecei."

MUNDO: A galera mais nova atualmente lembra do Programa do Ratinho como um programa mais light, com gincanas, show de calouros e tudo mais. Agora, quem é da minha época (1996 pra frente) lembra que o estilo do programa era bem diferente do que é hoje. Era difícil pra você fazer piada num programa que uma hora fazia humor circense e em outra hora mostrava tragédias e bizarrices?

FÁBIO: "A minha função, com o Eduardo, no programa era improvisar. E por eu ter esse lado piadista graças ao meu pai, isso acabou casando com o personagem e, no improviso, acabava surgindo várias piadas. 90% das vezes dava certo, mas também não dava certo nas outras. E a gente fazia graça num dia e, no dia seguinte, todo mundo comentava."

MUNDO: Em 2004/2005, teve uma época que o programa mudou drasticamente de estilo e quase todo o elenco do Ratinho saiu, ficando somente o Bailarino, o Santos, o Marquito, o Sombra e o Xaropinho. Na época eu tinha ficado até chateado quando o programa mudou e todo mundo foi embora. Na sua opinião, por que você acha que teve essa mudança? E você acha que um programa naquele formato daria certo atualmente?

FÁBIO: "Então, aquele programa mais bagunçado era legal, mas tinham algumas vezes que passavam um pouco dos limites. E através das pesquisas, perceberam que a família que assistia o programa ficava desconfortável com o conteúdo pesado que mostravam, daí disseram que tinham que mudar. E acho que daria certo sim, desde que não façam nada tão pesado (risos)."

MUNDO: Desde a sua saída você ainda mantém contato com quem era do antigo elenco do programa ou isso não está sendo possível?

FÁBIO: "Eu saí em 2005, então eu ainda tinha o contato do Ratinho e do Eduardo, com ele me ajudando a me reaproximar do Ratinho. Aí eu trabalhei numa loja de assistência técnica por um tempo até voltar a trabalhar no grupo do Ratinho (rádio, TV etc.) por uns 3 anos, e desde então eu estou mais ligado ao Ratinho dessa forma."

MUNDO: No que está trabalhando atualmente? Algum projeto novo?

FÁBIO: "Trabalho há uns 3 anos com o Ratinho atualmente, ficando mais na rádio [Massa FM]. Aí também comecei a trabalhar no departamento de criação, fazendo conteúdo pra internet. Depois voltei pra rádio, e até o momento estou na Massa FM fazendo o Tunico e algumas outras coisas das 6 às 8 da manhã e depois das 18 as 19 horas."

MUNDO: Algum recado para os leitores do Mundo Proibido?

FÁBIO: "Descobri um grande tesouro aqui na Terra, que é a busca pelo conhecimento: saber quem eu sou, por que eu sou assim, e descobrir o verdadeiro valor que a gente tem na vida. Então fui pra um caminho mais espiritual misturando com a psicanálise, assim entendi a lidar principalmente com as frustrações e as tristezas da vida. E aprendi que a vida não é só alegria, muitas vezes se tem mais tristezas do que alegrias, então conforme fui vivendo fui constatando que muitas pessoas com mais idade me diziam que 'tudo iria passar', e eu passei por vários momentos difíceis na minha vida - meu divórcio sendo um deles - e eu achava que nunca iria passar.

Não desistam da sua vida e se cuidem emocionalmente. Façam uma busca para entenderem porque estamos aqui e que cada um descubra sua função vivendo na Terra."

E isso é tudo. Agradeço ao Fábio pela oportunidade de me ajudar com esse experimento e que eu espero que dê certo, pra que eu traga mais pessoas legais.

 Até breve, se Deus quiser, com um artigo que (eu espero) não vá demorar 15 anos pra sair.

Até a próxima, minha gente!

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