Uma análise sobre Crash Bandicoot 4: It's About Time


Recentemente rolou (ou tava rolando) um costume de continuações de filmes resetar tudo e ignorar todas as sequências que vieram antes.

E não demorou muito pra isso chegar no mundo dos games.

Crash Bandicoot teve um caso bem interessante, pois o personagem ganhou uma cacetada de games, indo do bom ao ruim e o horroroso. E depois de uma trilogia ok de remakes e um game de kart cuja adição de microtransações queimou o filme da produtora, eis que surge um game novo depois de tantos anos, resetando a cronologia.

Mas será que foi bom?

É o que veremos.


O game começa uns anos depois de Warped, onde Neo Cortex e N. Tropy viraram bebês e ficaram presos numa dimensão paralela. Depois de anos presos, eles deram um jeito de sair de lá... sacrificando o Uka-Uka.

.

.

Ok.

Em seguida o foco muda para Crash, que está refestelado no sofá fazendo... nada... enquanto Aku-Aku sente que algo terrível está para acontecer, o que faz Crash ser o salvador da pátria pela quarta vez, mesmo que tenha que contar com a ajuda dos próprios inimigos.

Ok, o roteiro não é aquela coisa que se diga "uau, que bombástico", mas é bem simples e funciona na medida certa.

Como não tenho muito pra falar da história, falemos dos gráficos.


Os gráficos são... como posso dizer... bem Crash. Cada personagem, inclusive os vilões, ganharam uma roupagem nova com uma textura cartunesca que fazem parecer personagens de um filme da Pixar.

O Crash continua com um visual bem simples, totalmente diferente dos remakes que vieram antes, então ele não tem pêlos nem nada do tipo, mas isso não tira o charme de Looney Tunes que ele transmite.

Quem mudou bastante foi a Tawna. Como ela é de uma dimensão paralela, ela foi a que mais mudou, recebendo um penteado punk e uma atitude bem radical estilo.... não consegui pensar em ninguém no momento, desculpem.

Enfim, os gráficos são lindos. A direção de arte mandou super bem em deixar tudo bem cartunesco, o que funciona bastante pra esse tipo de jogo e com certeza o torna mais bonito e colorido do que Crash of the Titans.

Quanto a jogabilidade...

Meu Deus, a jogabilidade...


Aqui é onde eu falo da jogabilidade e apontando alguns acertos e erros, então fiquem aí pra ler porque tem mais erros que acertos.

Bom, ela é uma mistura do estilo clássico e moderno (tipo o Sonic Generations), alternando vez ou outra pra 3ª pessoa e 2D, assim como no remake da trilogia original, com um diferencial de que agora o Crash tem um pequeno círculo amarelo que ajuda o jogador a ver onde ele vai cair, o que nem sempre funciona pois continua sendo bem fácil cair nas beiradas (uma vez que pra jogar Crash, a precisão cirúrgica pra cair no lugar certo é persistente e irritante) mesmo se você usar o D-pad ou o analógico.

E isso também acontece no modo "fitas de flashback", que são apenas em 2D e você é obrigado a pular somente nas caixas flutuantes pra conseguir passar de nível, mas mesmo nas partes em 2D o Crash ainda tem a proeza de cair pra fora do percurso, o que com certeza deve ter causado muita raiva pra quem jogava os games desde os primórdios do PS1 e esperava uma melhoria.

Outra coisa que adicionaram foi um modo diferente de destruir caixas embaixo das caixas de TNT, que também nem sempre funciona e acaba mais atrapalhando do que ajudando. E isso que eu nem falei das máscaras, que exigem um certo sacrifício pra lembrar o que cada uma faz.

Mas nada se compara ao modo "N-Verted".

Por algum motivo, os desenvolvedores acharam uma boa ideia estender o tempo de gameplay apenas invertendo todas as fases e enchendo de filtros diferentes em cada fase. E isso não só aumenta a dificuldade como também trocam vários itens de lugar. E se no modo normal já era difícil, tente achar a joia escondida numa fase com um filtro pontilhado.

Ainda mais porque o game quer porque quer fazer você pegar todos os diamantes (inclusive no modo "morra três vezes ou menos", o que é quase impossível de fazer na maioria das fases) e todas as caixas (igualmente impossível de fazer, pois quase todas elas estão bem escondidas) no modo normal E no modo N-Verted para conseguir uma porcentagem alta e desbloquear dois finais extras que são tão bons quanto enfiar uma Gillette nos olhos.

O fato do game exigir que você faça TODAS as fases com perfeição só mostra o quanto a produtora foi bastante sádica em aumentar a dificuldade do game (que vai do facinho pro difícil pra cacete em dois segundos), o que faz com que essa ideia não tenha sido tão boa quanto pensaram.

Principalmente se você for insano o bastante pra querer sacrificar sua sanidade mental em querer completar o game em 106% como o Caddicarus fez.

De fato, a experiência que eu tive com esse game foi tão broxante que desde então não consegui terminá-lo. E olha que na época eu tava empolgado com esse game, o que indica que sem querer querendo acabou comprometendo no sucesso do dito cujo.


Crash Bandicoot 4: It's About Time parecia ser uma ideia promissora e inovadora pra uma franquia que estava adormecida por muitos anos e clamava por um game novo.

E por um breve momento foi.

Infelizmente a dificuldade altíssima e a exigência da "jogatina perfeita" do jogador acabaram fazendo com que ele fosse mais uma experiência estressante do que relaxante, comprometendo qualquer tentativa de diversão.

O que só me faz pensar que depois dessa a franquia vai dormir na geladeira por mais uma década até ser finalmente descongelado de novo pra mais um game decepcionante.

Quem diria... o Crash na verdade é o Frostillicus.

Até a próxima, minha gente!

Comentários

Postagens mais visitadas