O dia que o Steven Seagal participou do Saturday Night Live

O que acontece quando você junta Steven Seagal, um dos nomes mais conhecidos dos filmes de ação (e também uma das pessoas mais insuportáveis do mundo) e um dos maiores fenômenos de audiência, o Saturday Night Live?

Eu digo o que acontece: um episódio tão podre que a NBC tentou apagar da memória do público, mas aparentemente não deu certo porque até hoje é lembrado pelas pessoas que assistiram.

Bom, claro que pra comandar um programa ao vivo tem que se preparar pra tudo (tipo o famoso manifesto da Sinéad O'Connor). E nessa época, mais precisamente na 16ª temporada (antes do SNL se tornar o engodo inassistível que é atualmente), só tinha nomes de respeito no elenco: Chris Rock, Dana Carvey, Phil Hartman, Kevin Nealon, Tim Meadows... enfim, só nomes de requinte.

O programa tem um histórico extenso de incidentes e convidados banidos, e um desses infames incidentes envolve Seagal que também foi banido do programa, o que com certeza deve ter rendido alguns pontos pra ele.

E pela primeira vez poderemos destrinchar esse episódio famoso do SNL e ver se é realmente tão abominável como dizem...

O programa começa com Carvey e Nealon interpretando dois bombados e dizendo de várias formas possíveis que Arnold Schwarzenegger é gay, que o pinto dele é pequeno e que o seu cérebro é tão pequeno que até um amendoim é mais inteligente que ele, mas que mesmo assim pagam um pau violento pra ele. Isso, claro, com um sotaque Alemão.

Atualizando rapidamente, descobri que esses bombados eram personagens recorrentes no programa (Hans e Franz, eu acho). Meu conhecimento sobre Saturday Night Live é bem limitado, então não sei se esperavam algo revolucionário nesse artigo.

Seagal então entra em cena e diz que seus filmes são melhores que os do Arnold, que sua jiromba é maior que a Estátua da Liberdade e que os bombados deveriam idolatrá-lo por isso.

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Ok, confesso que ESSA piada pelo menos foi engraçada, o que não quer dizer muita coisa pois é a única que existe aqui.

Ah, esqueci de dizer que o episódio foi escrito pelo Seagal, então isso vai explicar MUITO a falta de graça (e de noção) do negócio todo.

Bom, após a abertura do programa, Seagal começa seu monólogo dizendo que está frustrado porque o homem moderno não é mais o macho alfa como antigamente e que está cansado da corrupção política (sei lá por que motivos ele decidiu pôr isso na pauta, mas tudo bem).

Em seguida Seagal começa a cantar...

... e pela cara dos backing vocals, parece que estão sob a mira de um revólver, o que explica a cara de nervoso do Chris Rock e do Tim Meadows, que está implorando por ajuda subliminarmente.

Mas calma que só tá começando.

Após essa performance... peculiar, corta pra uma sketch sobre um "colégio funerário" (não pergunte), onde os alunos são instruídos a não transarem com os cadáveres.

Mas aparentemente essa regra não se aplica aos necropsistas.

Como isso foi pro ar é algo que me pergunto até hoje, mas ainda bem que foi, caso contrário cairia no esquecimento em questão de segundos.

Em seguida, começa uma nova sketch. Seagal trabalha no departamento de polícia de Nova York e leva um esporro do seu chefe.

Esse chefe, que deve ter bolas de adamantium, grita com Seagal (que o olha tão enfurecidamente que parece que vai quebrar o braço do ator diante das câmeras) dizendo que ele é irresponsável e que apela pra violência excessiva e que essa não é a política da delegacia.

Seagal, puto da vida com a comida de rabo que levou do seu superior, está usando a copiadora enquanto Rob Schneider está lhe enchendo o saco (ou, basicamente, sendo ele mesmo).

E Schneider também mostra que tem bolas de aço inoxidável, pois mostra que é corajoso (ou louco) ao fazer isso.

Mas claro que Seagal não gosta de coragem e decide que Schneider e a copiadora deveriam se tornar mais íntimos.

Provavelmente ele deve ter assistido Gigolô Europeu por Acidente e se viu obrigado a matar Schneider custe o que custar.

Depois dessa sketch teve uma sobre um soldado que voltou da guerra, mas era tão chata que eu preferi nem escrever aqui.

Em seguida, uma outra sketch, desta vez é um talk show apresentado pelo Nat X, o único apresentador que é tão negro que sua petróleo (palavras do narrador, não minhas) e ODEIA brancos.

E após apresentar os 5 motivos do por que a polícia de Los Angeles espancaram Rodney King...

... surge Steven Seagal, fantasiado como Andrew Dice Clay gordo e portando um cigarrete em seus dedos. As "piadas" de Seagal se resumem unicamente a dizer que Clay não tem uma carreira sólida no cinema como ele enquanto a plateia mal reage direito.

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Eu imagino o Seagal em casa escrevendo o roteiro do episódio e rindo igual ao Butt-Head enquanto escrevia, pois na cabeça dele isso provavelmente era engraçado.

Aliás, pra quem não conhece o sujeito, Andrew Dice Clay é um comediante de stand up e ator... e isso é basicamente tudo o que eu sei sobre o sujeito.

Logo depois teve uns segmentos musicais protagonizado por um tal de Michael Bolton que eu não sei quem é, então não me importei muito porque ele era um porre cantando e "atuando". E também teve o Weekend Update com o Dennis Miller, que também não me chamou a atenção.

Até porque todo mundo sabe que o Weekend Update só é engraçado mesmo quando é o Chevy Chase ou o Norm Macdonald apresentando.

Então, uma outra sketch. Chris Farley (Deus o tenha) interpreta o namorado badboy de Jennifer, uma menina que vive numa casa decente e com pais "conservadores".

Quer dizer... se ter o Steven Seagal na família é sinônimo de ser "decente e conservador".

Seagal, que é pai da menina e com uma nítida impaciência, diz que questiona os métodos do rapaz ser um vagabundo que não quer nada com a vida, enquanto Farley está nitidamente se cagando todo. 

Também tem o Rob Schneider, que interpreta o irmão nerd de Jennifer fazendo o que sempre faz: ser o Rob Schneider.

E assim vamos para a última sketch da noite antes de encerrar o programa. Seagal agora é um fotógrafo do Greenpeace que também luta (literalmente) contra a destruição do meio ambiente e Mike Myers, com uma carregada maquiagem, interpreta seu mentor "oriental".

Exceto que ele tá mais pra Seu Ladir do que pra japonês, mas tudo bem.

Enfim, Myers diz que tem uma empresa que está planejando abrir uma indústria petrolífera numa reserva onde vivem animais que podem ser extintos pra sempre se Seagal não fizer alguma coisa.

E como vocês imaginam que ele vai resolver isso?

Oras, invadindo a sede da Exxon e jogando violentamente os executivos no cenário, claro!

Dá até dó do Kevin Nealon essa hora, viu?

E após essa reunião "amistosa e sadia", Seagal olha pra câmera e diz "isso é o que acontece quando você polui a natureza!"

Tenho certeza absoluta que os membros do Greenpeace usam esses métodos quando vão argumentar com as petrolíferas.

Final de programa, Michael Bolton está nitidamente esperando o diretor dar a deixa pra se mandar dali rapidamente enquanto Steven Seagal se despede de todos e espera voltar a trabalhar no programa algum dia.

Ah, a ingenuidade é uma coisa fantástica, né?

E isso é tudo. Perdão por mais um artigo longo, mas esse foi especial porque eu sempre quis falar desse episódio no blog e finalmente consegui. E realmente... é pior do que eu esperava que fosse.

Até a próxima, minha gente!

Comentários

  1. Ahahah pior de tudo É que a propaganda da escola funerária passavam mais de um progeama

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  2. Humor de qualidade esse do Steven. Eu sou fodão, bato em todo mundo e fico fazendo a mesma piada sem graça sobre pessoas que não gosto.

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