As campanhas de marketing mais sem noção dos games
(Um forte abraço ao Velberan, que me inspirou a fazer esse artigo através desse vídeo. Vão lá e deem uma moral pra ele, sim?)
Vender um produto não é fácil. Você precisa conhecer seu público, saber do que ele gosta e motivá-lo a comprar seu produto, por mais besta que possa ser.
No mundo dos games, contudo, isso sempre foi um tiro no escuro, pois geralmente havia boas ideias. E também houve muita, mas MUITA ideia merda.
E são essas ideias merdas que veremos hoje.
Me acompanhem e verão o que se passa na cabeça dos marketeiros dos games.
God of War 2 e o ritual
Quando se fala em God of War 2, qual é a primeira coisa que vem na mente de vocês? Grande parcela pensou no Kratos, na clássica fase onde você tem que apertar uns botões pra satisfazer as mulheres de um local ou até mesmo da famosa estátua que parece muito com o Alexandre o Grande que estampava as notas de 1 real.
Mas eu duvido que alguém tenha pensado no evento que a Sony montou em Atenas pra promover o jogo.
Se bem que a Sony nunca bateu bem das ideias. Lembrando que eles acreditavam que essa seria uma boa maneira pra promover seu console portátil.
Pois bem, no que tinha nesse evento da Sony? Bom, tinha mulher pelada, desafios para quem estava lá (tipo comer intestinos de uma cabra ou pôr a mão num recipiente com bichinhos) e também uma cabra severamente mutilada, conforme podem ver na imagem.
Pensem como uma orgia do filme Calígula, mas sem a mesma classe (sim, eu disse isso mesmo, me processe)
Bom, apesar de terem se justificado contradizendo algumas informações que o Daily Mail noticiou, o tiro saiu pela culatra e então a Sony pegou todos os seus consoles e jogos e os enterrou no deserto de Nevada.
Nah, na verdade eles só tiraram de circulação as revistas que publicaram fotos do evento na esperança de que esquecessem que isso aconteceu.
Como podem ver, não deu muito certo e até hoje isso é lembrado como a maior cagada da história dos games (mais uma vez, lembrando que a Sony também aprovou isso daqui), mas calma que esse é só o começo.
Daikatana e a objetificação sexual de John Romero
John Romero tem seus admiradores e também seus detratores, mas houve uma época em que Romero era praticamente um Deus.
Não exatamente Deus, mas DEEEEEEEEEUS. Afinal, um homem cujo nome está atrelado a Doom, Wolfenstein 3D e Quake só pode ser alguém de bem.
Até que chegou Daikatana e tirou esse poder divino dele.
Pra quem não conhece, John Romero's Daikatana é um jogo de tiro em primeira pessoa situado em épocas diferentes. Daí você deve estar pensando "ora, então a campanha de marketing foi pra divulgar os gráficos e a jogabilidade, né?"
Que nada. Como podem ver na imagem, algum gênio achou que seria uma excelente ideia deixar bem claro que John Romero faria o jogador de putinha e que ele o faria chupar seu pinto do Colorado até morrer engasgado com o que fosse sair lá de dentro.
Sério, quem foi responsável pela campanha? Os irmãos Wayans?
Seja lá quem for, destruiu completamente com a reputação que Romero tinha na época e acabou fazendo com que o jogo fosse um fracasso de vendas. Claro que o jogo em si era uma bosta e a demo rodava mais lenta que uma tartaruga, mas isso também não ajudou com que o jogo fosse bem quisto pelo meio gamer.
Fica aí a lição de nunca confiar 100% em um engravatado.
Earthbound e o auge escatológico
Ah, EarthBound... é um jogo tão bom.
Pra quem nunca jogou, esse é o segundo jogo da trilogia Mother lá no Japão e te coloca na pele de Ness, um garoto de 10 anos que precisa deter um ataque de um ET (que não é de Melmac) e acabam encontrando muita gente doida no caminho.
É um RPG muito bonito e gostoso de jogar também.
Mas no início não foi bem assim. O pessoal responsável pela divulgação nos Estados Unidos gastaram 2 milhões de pratas pra baixar o nível de vez e dizer que o jogo era horrível, fedia mais que o rio Tietê e que quem o tivesse não tomava banho e gostava de comer o próprio vômito por diversão.
Juro que queria entrar na cabeça de ameba desses caras pra entender por que pensam essas coisas. Mas hey, era a década de 90! Escatologia era moda entre os jovens, nada mais justo que entrar nessa e ganhar algum dinheiro com isso.
Crentes de que os jovens comprariam várias cópias (afinal, os executivos tavam falando a língua deles, cara, porque eles são muito xóvens e coisa e tal, tá ligado mano?), o pessoal da Nintendo ficou pasmo quando viu que o público alvo não comprou a ideia e ignoraram o jogo, pois preferiram jogar em vez disso F-Zero, Donkey Kong Country e Super Mario Kart.
Mas há males que vem para o bem, e anos depois o público reconheceu a maravilha que era o jogo e considerou a campanha fétida da Nintendo como a pior decisão da empresa desde Hotel Mario.
A Sega da quinta série
Sega, Sega, Sega...
Eu vou resumir bem essa parte: na época a Sega tava apanhando feio pra Nintendo, que vendia seu Super Nintendo como água nas Américas.
Claro, se ignorar o fato que a Nintendo agia como a máfia e ameaçava "fazer parecer um acidente" caso outras lojas vendessem produtos da Sega, mas o ponto é que a empresa era a fodona e mandava no mundo e ninguém tava gostando disso, por isso as duas empresas se alfinetavam em suas propagandas e foi assim por um tempo.
Então a Virgin Games, que distribuía os jogos e os consoles da casa do Sonic no Reino Unido, provavelmente contratou um guri que tava na quinta série (ou um tiozão, não sei qual dos dois é pior) pra fazer suas campanhas de marketing, pois não tem outra justificativa pra algo tão débil mental ser aprovado.
Basicamente o marketing da Sega se resumia a masturbação, mijo, piadas com paudurescência (conforme vocês podem ver na imagem), além de outras bizarrices que só vendo pra crer nesses links aqui (sim, eu cheguei a esse ponto de colocar links em cada palavra dessa última frase)
Tudo bem que eram pra uma revista adulta, mas qualé...
E vocês achando que o mais baixo nível da empresa tinha sido a campanha Genesis Does What Nintendon't.
Ok, eu sei que é estranho ver esse artigo em Outubro, mês dedicado ao Halloween. Pô, mas esses anúncios já não são perturbadores o suficiente? Então...
A seguir, o último episódio de Tales from the Crypt.
Até a próxima, minha gente!
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