Review Pocket - Mortal Kombat: A Conquista


Nos anos 90, Mortal Kombat era uma febre mundial.

Todo mundo só falava daquele jogo que haviam ninjas, um sósia do Bruce Lee, um ator de Hollywood canastrão, uma agente secreta sexy e um mercenário que tinha um dos lados do rosto tão mecânico quanto um Exterminador do Futuro.

Mas o pessoal dava mais atenção ao Rayden. Sim, o famoso deus do trovão que falava "Ali-baba-aê" quando saltava em direção ao inimigo.

E, obviamente, o foco também era centrado no sangue. Mortal Kombat era tão recheado de violência explícita que a cada lançamento o pessoal desistia de pegar no pé porque a essa altura até a tia Sônia da rua 9 estava gostando.

E como qualquer coisa que faz sucesso, não demorou muito pra ter seu filme. Em 1995, foi lançado o filme do Mortal Kombat, que apesar de não ser violento pra caralho, fez um sucesso imenso por finalmente ser um filme decente baseado em um jogo (até ser lançado Terror em Silent Hill), porque antes disso tudo o que tínhamos era aquele filme do Mario e aquele do Double Dragon que todo mundo finge que nunca existiu.

E onde entra a série nisso?

Bom, após o fracasso retumbante de Mortal Kombat: A Aniquilação, os executivos decidiram mudar o foco da franquia pra uma série de TV.

E o resultado foi bom?

É... vamos ver...


A série mostrava as peripécias de Kung Lao, Taja e Siro. Kung Lao (que aqui é o famoso "Great Kung Lao") é o campeão honorário do Mortal Kombat que venceu Shang Tsung (Bruce Locke) no torneio. Porém Tsung, como é um péssimo perdedor, quer roubar a alma de Kung Lao de qualquer jeito, então ele... manda outras pessoas pra matá-lo... ao invés de fazer por conta própria...

Ah sim, Lao também tem a ajuda de seus companheiros: Taja (interpretada pela sexy Kristanna Loken, a Bloodrayne), que antes era criminosa, e Siro (Daniel Bernhart), um ex-guarda-costas canastrão com tanta personalidade quanto uma pêra.

Lógico que também eles tem que contar com a filosofia do Rayden (aqui interpretado por Jeffrey Meek, que também interpreta Shao Kahn) que sempre aparece pra soltar alguma pérola ou pra orientar seus lutadores pra que não façam merda... o que não dá certo, pois geralmente acabam se envolvendo em muitas coisas e conhecendo personagens famosos da franquia.

Bom... para os padrões da época, até que era razoável. Os diálogos não eram lá essas coisas, mas as cenas de luta eram boas. Isso porque os atores sabiam lutar artes marciais, então era mais fácil eles mesmos fazerem as cenas do que chamarem dublês com perucas ruins.

Que é uma coisa que vem acontecendo com frequência em muitos filmes e séries, mas todo mundo finge que não repara.


Visivelmente falando, a série era muito mais pobre que um episódio do Chaves. Os efeitos especiais não eram tão convincentes (apesar de ser uma série feita pra TV), os diálogos não eram memoráveis e na maioria das vezes usavam cenas dos filmes pra disfarçar a pobreza da produção.

E isso que nem mesmo os personagens dos jogos foram bem representados. Na série, o Scorpion era um guarda-costas inexpressivo que era "possuído" por um escorpião e que lhe deu habilidades de cuspir fogo e lançar um arpão feito pelo pior CGI que os anos 90 poderiam proporcionar.

Mas todo mundo ignorava isso graças a quantidade absurda de mulheres sensuais que apareciam na série. Vez ou outra, aparecia alguma personagem que tinha alguma função aleatória na história e quase sempre usavam pouca roupa, numa das tentativas de alavancar a audiência.

A prova cabal disso é a existência de duas personagens que são da mesma espécie do Khameleon. As duas são melhores amigas, mas o tempo todo ficam agindo como se fossem um casal de lésbicas. Nada contra isso, claro. Mas pelo menos uma delas deu uma transada no Reptile, o que sem dúvida deu a ele uma nova vida.

E claro que quase todos os personagens da franquia apareciam na série: Scorpion, Reptile, Quan Chi, Kitana (que trocou de intérprete sem mais nem menos), Noob Saibot, Sub-Zero, Reiko, Smoke e o Goro foram só alguns do que apareceram.

...

Mesmo assim a série durou só 22 episódios.

Bom, pelo menos durou mais que o desenho.


Mortal Kombat: A Conquista foi lançado no Brasil em VHS, naquelas estratégias preguiçosas de editar 2 episódios pra parecerem que é um filme de quase duas horas, enquanto lá na terra do Trump foi lançado em DVD em 2015!

Por que não teve um lançamento em DVD aqui? Não sei. A série passou no Brasil na Warner e no SBT, mas não saiu do VHS.

Mas nunca é tarde pra importar, não é mesmo?

Até a próxima, minha gente!


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